sábado, 8 de fevereiro de 2014

Como chegar ao meu destino


Nisso começa a minha saga para descobrir como chegar até a estação de trem de Cisterna di Latina. Eu andei um bocado pela parte da estação em que fui deixada, encontrei uma escada rolante que levava a um corredor cheio de portas e números, em algumas paredes tinham os destinos dos números, mas era difícil de entender exatamente o que eles significavam. Falando nisso, eu até agora não sei o que significam, como a pessoa se orienta por ali, pois ninguém me explicou.

Eu caminhei por esse corredor enorme com a minha bagagem pensando que ao final teria outra escada rolante e que ela me levaria para o local que eu tinha descrito no papel em que estavam as instruções do que fazer em Roma Termini. Pobre de mim, eu estava enganada. Ao final do corredor tinha uma longa escadaria, nada de escada rolante, eu nunca que conseguiria levar a bagagem até o topo.

O pior era que o corredor era esquisito, apesar de iluminado, pois tinha pouca gente e as pessoas que estavam eram homens mal encarados, então eu não perguntei nada ou pedi ajuda a ninguém. Até que 1 casal de profissionais da saúde – eu deduzi isso, pois estavam vestidos com roupas similares a do SAMU no Brasil – passava apressadamente, a mulher parou para ver um dos papeis das paredes com os destinos e eu aproveitei para pedir ajuda.

Eu expliquei para onde queria ir e ela disse que eu a acompanhasse, nós chegamos até um número e uma escadaria – para o meu terror –, logo eu disse que não conseguiria levar a mala, pois estava muito pesada, então ela disse que o companheiro dela levava e, felizmente, ele levou.

No alto da escadaria ele me devolveu a mala e a mulher disse para eu acompanhá-la até o trem, quando eu cheguei ao trem disse a ela que não tinha o ticket e ela me disse que não tinha como me ajudar.

Então eu fui procurar a máquina de comprar tickets, mas eu não conseguia encontrar. Um homem estava passando e eu perguntei se ele podia me ajudar, ele disse que sim, eu expliquei para onde queria ir e perguntei como fazia para comprar a passagem. Rapidamente, ele pegou a minha mala e me guiou até uma máquina, fez todo o pedido da compra da passagem, eu dei o dinheiro e ele comprou para mim. Em seguida, me disse que tinha que pegar o próprio trem e me deixou.

Como a mulher que me ajudou já tinha me dito qual era o número da plataforma que eu tinha que pegar eu fui até o trem, mas eu ainda precisava encontrar a máquina de certificação da passagem que o meu amigo brasileiro me disse para pôr o ticket antes de embarcar, pois se o fiscal do trem me encontrasse sem a certificação da passagem eu teria que pagar uma multa muito cara (talvez uns 50 euros).

Eu procurei a tal máquina de certificação em vários pilares no corredor da estação que dava acesso ao trem, mas não encontrei nenhuma. Na direção oposta a minha vinha um senhor com um instrumento na mão, acho que uma caixa de violino, e eu com medo de perder o trem pedi ajuda a ele para encontrar a máquina, prontamente ele me levou até a máquina e eu lhe expliquei que precisava pôr a mala no trem, rapidamente, ele pegou a minha mala, colocou no trem e foi embora (nessa parte nós percorremos uma distância curta).

No trem (finalmente eu consegui chegar ao trem), eu perguntei a um senhor se aquele realmente era o trem para Cisterna, ele me disse que sim, e eu perguntei se ele podia me dizer quando chegasse a cidade, ele disse que sim. Eu perguntei se podia sentar em um vagão, então ele me guiou até um assento vazio, pegou a minha mala e pôs no bagageiro (que era acima das nossas cabeças, como nos filmes), e sentou na cadeira de frente para a minha.

Durante a viagem de trem, que durou mais de 30 minutos, ele tentou conversar, mas entre o espanhol e o italiano não dá para manter uma conversa longa, ainda mais quando a pessoa está cansada. Eu perguntei se quando chegasse à estação ele podia me ajudar a encontrar um telefone público para que eu pudesse ligar para a minha amiga italiana que iria me pegar na estação. Ele disse que eu podia usar o telefone celular dele e assim o fiz.

Quando eu cheguei à estação que ele me indicou onde deveria descer, ele me ajudou a descer do trem, levou a minha mala por uma escadaria para baixo e depois para cima e, enfim, eu estava fora da estação de trem. E passei a esperar a minha amiga.

Eis que uns 3 minutos depois vinha o homem que havia me ajudado me procurando e falando ao celular com a minha amiga italiana e me disse para eu ficar parada onde estava, pois ele ia ligar para a minha amiga e iria explicar onde eu estava para que ela me buscasse.

Depois de uns 10 a 20 minutos chega a minha amiga acompanhada de uma amiga para me buscar, ela estava preocupada, pois estava muito tarde, umas 22 horas, talvez mais talvez menos, e eu ainda não tinha chegado. E algo tinha acontecido, pois eu não estava onde deveria estar.

O que aconteceu foi (isso eu só descobri 1 semana depois): eu desci na cidade errada, eu estava uma cidade depois da que deveria, eu deveria ter descido na estação de Cisterna di Latina, no entanto, o meu bom samaritano me disse para descer em Latina. Em minha defesa, eu mostrei o meu ticket de embarque a ele.


Felizmente, apesar de toda a confusão e do horário tarde, da ausência de telefone público (depois eu descobri que na Itália não é comum o telefone público e no período em que eu estive lá não vi nenhum), da pouca informação e da minha dificuldade com a língua (pois eu não falo italiano e ninguém com quem falei nessa história fala espanhol, inglês ou português, que são as línguas que eu falo), eu consegui chegar ao meu destino sã e salva. E isso é o que importa no final.

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