sexta-feira, 22 de abril de 2016

Ideais corrompidos


Eu sou uma pessoa romântica e idealista na minha essência, acredito no melhor das pessoas, se as pessoas realmente querem mudar elas podem. Acredito também que ninguém é mau por inteiro, sempre há um motivo por trás das ações e dos pensamentos das pessoas.

No entanto, o mundo me mostra a cada dia da minha existência que essa realidade pertence a um universo paralelo. As pessoas podem sofrer traumas, isso pode talvez explicar de onde surgem os desvios de personalidade e mentais de alguém, mas não justificam o dano intencional que ela causa a outrem.

As vítimas são dos mais variados tipos e os motivos para a sua vitimização são dos mais diversos. Uma mulher pode ser vítima apenas pelo seu gênero, ela pode ser vítima do machismo, da sociedade, de um chefe assediador, de um colega de trabalho, de quem vai passando na rua. A falta de respeito existente na nossa sociedade é impossível de ser dimensionada.

E a cada dia eu descubro quão difícil é ser mulher nesse mundo opressor e sexista. Uma mulher não perde o seu valor apenas pelo seu gênero, ou pelo menos é o que a lei nos faz acreditar, pois no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...", sendo ainda mais específico no inciso I desse mesmo texto legal "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações...". Logo, toda e qualquer ofensa dirigida ao gênero é uma violação direta a Carta Magna brasileira.

Serei ainda mais sincera na minha opinião e afirmo que até pouco tempo eu era ingênua e acreditava que o mundo não era tão opressor e sexista, e eu tinha a chance de provar o meu valor para a sociedade sem sofrer danos, mas eu estava completamente enganada.

Como eu disse antes, eu sou romântica e idealista, acreditava já ter visto de tudo e saber de tudo o que era importante, mas quando nós não presenciamos os erros, os crimes, os preconceitos, a violência, nós somos inocentes e nos deixamos acreditar que o mundo mudou e as leis funcionam e são aplicadas. A verdade é que a realidade é o oposto do esperado.

Não interpretem esse texto como algo pessimista, se você o fizer não terá compreendido a essência. Esse texto é um alerta para os românticos, os quais acreditam que tudo está "muito bem, obrigada". Isso é uma mentira enorme! Nada está bem ou resolvido. Temos que continuar lutando por respeito, pois esse é um substantivo completamente escasso no âmbito social brasileiro.

A guerra só será vencida quando o último soldado deixar de lutar e nós não podemos deixar de reivindicar os nossos direitos, não podemos permitir que criminosos saiam impunes de seus crimes. Vamos pôr os medos e receios de lado, sejamos corajosos e lutemos por um mundo melhor, livre de violência,

Um grande abraço.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quando você é a vítima...


Nós temos muitos momentos difíceis nas nossas vidas, alguns mais que outros, situações as quais apesar de você acreditar já ter visto de tudo na sua trajetória de vida, ainda irão lhe surpreender e não temos apoio e/ou suporte para enfrentá-las de igual para igual.

Muitas vezes nós encontramos nas composições musicais as palavras, frases que os nossos corações gritam e a nossa mente está cansada de repetir. Eu encontrei na música Brave de Sara Bareilles a força que uma pessoa vítima de qualquer tipo de abuso e/ou assédio deve ter. A música diz o seguinte: "Say what you want to say and let the words fall out honestly. I wanna see you be brave with what you want to say".

Em tradução livre seria "Diga o que você quer dizer e deixe as palavras saírem honestamente. Eu quero que você seja corajoso com o que você quer dizer". É exatamente nessa barreira chamada medo onde todas as vítimas de abuso e/ou assédio esbarram, a maioria fica refém do seu agressor e de si mesma. Afinal, quem vai acreditar na palavra de um subalterno? Quem do alto escalão vai querer "comprar" a briga de uma pessoa tão pequena?

Esse tipo de situação de impotência e insignificância atormenta as vítimas. A pergunta que mais persiste é: até quando eu vou sofrer essa violência? E a resposta é muda, pois a vítima sabe que o seu agressor sai impune de tantos crimes cometidos.

Quando finalmente a vítima tem coragem de falar sobre todo o constrangimento sofrido, o medo sentido, o pânico diário, ela é muito corajosa, pois não são todas as vítimas que se sentem a vontade para tornar uma violência tão íntima pública. Além da incerteza de ter algum superior consciente de que ato imoral, indecoroso, atentador do bem estar social deve ser punido e com severidade.

O mínimo que um agressor deve sofrer é a prisão, somente perder o cargo de chefe ou da instituição de trabalho é muito pouco em virtude da magnitude do "trabalho" cruel, maquiavélico e sádico desempenhado em proveito de pessoas hipossuficientes nessa equação de hierarquia. É muita crueldade junta!

Você, vítima, não se cale! Seja corajosa! Em algum momento vai aparecer alguém que lute pela sua causa junto a você. Você irá sobreviver a toda essa tempestade e Deus lhe recompensará com o afastamento definitivo do seu agressor de seu círculo social.

Colega, observador, não seja conivente com situações inadequadas, indecorosas, DENUNCIE! Preste suporte para a vítima. Não permita que a linha do abuso e/ou assédio se perpetue! Essa é uma obrigação sua como cidadão.


Deus abençoe a todos!

Beijos carinhosos!